Trio roubou celulares para apagar provas de envolvimento sexual do deputado federal professor Alcides com adolescente, denuncia mãe
13/12/2024
Segurança, policial e instrutor de tiros ligados ao político foram presos em Aparecida de Goiânia suspeitos de roubar e ameaçar o garoto. Deputado federal nega acusações. Mãe denuncia que suspeitos ligados ao deputado Professor Alcides roubaram celular do filho
A mãe do adolescente que teve os celulares roubados, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital, denunciou que o policial, o segurança e o instrutor de tiros suspeitos de cometer o crime eram ligados ao deputado federal Professor Alcides (PL). Ao registrar boletim de ocorrência, obtido com exclusividade pela TV Anhanguera, a mãe disse que eles roubaram os telefones para eliminar os arquivos que comprovavam envolvimento sexual do parlamentar com o garoto quando ele tinha 13 anos.
Em nota, o deputado federal diz que as acusações não são verdadeiras e alega que foi estabelecida uma narrativa desonesta “baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente” o nome dele (leia a nota completa ao fim da reportagem).
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O policial, o segurança e o instrutor de tiros ligados a Alcides foram presos pela Polícia Civil na quinta-feira (12). Os nomes dos detidos não foram divulgados pela Polícia Civil. O advogado Clécio Teles, que representa o policial militar preso, negou o envolvimento do cliente no roubo dos celulares do adolescente.
Já a Polícia Militar informou em nota que foi acionada para prestar apoio à Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA) de Aparecida de Goiânia no cumprimento de um mandado de prisão do PM e que acompanhou todas as etapas do procedimento, “incluindo a condução e transferência do detido ao Presídio Militar, respeitando rigorosamente os trâmites legais estabelecidos”.
O g1 entrou em contato com o Partido Liberal (PL) para um posicionamento, mas não obteve retorno até a última atualização deste texto. A reportagem não conseguiu contato com a defesa dos demais detidos até a última atualização desta reportagem.
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Boletim de ocorrência registrado por mãe que denuncia envolvimento sexual de Professor Alcides (PL) com o filho adolescente dela, em Aparecida de Goiânia, Goiás
Reprodução/TV Anhanguera
Denúncia
Ao denunciar o caso, a mãe do adolescente contou que o filho teria sido convidado para participar de uma seleção de jogadores de futebol Sub-16 em outubro de 2021. Essa seleção seria para ingressar em um time de futebol goiano e teria sido realizada na casa do deputado federal Alcides Ribeiro Filho. Na ocasião, de acordo com o relato, outros adolescentes e o segurança preso estavam no local.
A mãe do adolescente ainda revelou que, segundo o filho, Alcides teria pedido para que todos, menos ele, saíssem da casa e fossem ao campo de futebol que fica dentro do condomínio. A denúncia narra que, naquele momento, o deputado "tocou no corpo do menor dentro da roupa e ainda beijou a boca do menor". Diz ainda que o parlamentar "chamou o menor para o quarto para tentar manter relação sexual", mas que o adolescente teria se negado e saído do local.
O boletim de ocorrência ainda diz, em seguida, que após aproximadamente duas semanas, "o adolescente retornou ao local e teve conjunção carnal" com o deputado, sem dar mais detalhes sobre o motivo do retorno do adolescente ao local.
O documento não informa se o adolescente foi aprovado na seleção de jogadores. O g1 entrou em contato com o time goiano para o qual supostamente a seleção de adolescentes estava sendo feita, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Roubo de celulares
Homem preso em operação que investiga roubo contra adolescente e arma apreendida, em Aparecida de Goiânia
Divulgação/Polícia Civil
O boletim de ocorrência não detalha se houve novos encontros entre o adolescente e o deputado. Após narrar a suposta seleção de futebol em 2021, a mãe relata que, em 12 de novembro deste ano, houve o roubo dos celulares do adolescente.
Segundo a delegada Sayonara Lemgruber, que investiga o caso, na ocasião, os três investigados foram em um carro até a casa do adolescente, que atualmente tem 16 anos. A mãe detalha no boletim de ocorrência que o segurança preso teria buscado o filho dela para supostamente levar o menino ao dentista.
No entanto, de acordo com a Polícia Civil, quando o menino entrou dentro do carro, os três suspeitos teriam roubado os celulares, ameaçado e exigido que o garoto informasse a senha da nuvem de armazenamento para que o conteúdo dos aparelhos do adolescente fossem apagados.
“Supostamente para a finalidade de apagar mensagens, vídeos dessa suposta relação pessoal entre o adolescente e o indivíduo politicamente exposto”, completou a delegada.
No registro policial, a mãe detalhou que, dentro do carro, o segurança teria colocado "a arma de fogo contra a perna esquerda do adolescente, ameaçando atirar, enquanto outro homem apontou outra arma de fogo para o pescoço" do menor. Para o roubo, a polícia explicou que foi usado um Volkswagen Fox prata. Segundo o boletim de ocorrência, esse carro pertence ao policial militar.
Além dos três mandados de prisão temporária, que têm duração de 30 dias, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão contra os investigados. A delegada informou que investiga o envolvimento do adolescente com o político. Segundo ela, a apuração corre em sigilo.
Nota do professor Alcides na íntegra:
“Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado. Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada. Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”. Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.
Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia. Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime. Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual - à qual exijo respeito - para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal. Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia. Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação".
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Nota do professor Alcides na íntegra:
“Tentam estabelecer uma narrativa desonesta, baseada na distorção de fatos que teriam ocorrido e que supostamente envolveriam indiretamente meu nome. Nada de verdadeiro! Nenhum fato concreto, uma repetição vergonhosa de mentiras e a utilização abjeta do aparato policial do Estado. Há, sim, uma absurda utilização de acusações que não se sustentam, que não merecem credibilidade, que trazem a inequívoca marca da mentira mais deslavada. Rechaço de forma veemente o envolvimento de meu nome num cipoal de inverdades, adrede concebidas pelos que, em momento político delicadíssimo no país, embalam o circo midiático montado pela espetaculosa “Operação Peneira”. Sou empresário de sucesso, educador de muitas gerações de goianas e goianos, deputado federal eleito com grande votação pela generosidade do povo de Goiás. Deploro a utilização preconceituosa, mesquinha e criminosa de minha pública orientação sexual como arma política. Sou homossexual, não sou bandido. Bandidos são os que se levantam contra mim.
Processarei todos os que tentam enxovalhar meu nome limpo, minha trajetória de vida impecável, tentando manchar a correção pessoal, profissional e empresarial que a norteia. Me reconheço como homossexual. Sofri por toda minha vida inúmeras formas de preconceito. A homofobia é um crime. A utilização do aparato policial para uma evidente operação midiática é crime. A tentativa de enxovalhamento da reputação de um homem honesto é crime. Corruptos pegos nas teias de abusos, manipulações e diversos crimes e que se encontram às voltas com a justiça, de forma solerte utilizam minha opção sexual - à qual exijo respeito - para a montagem de um circo de horrores onde buscam salvar-se à custa do sacrifício de minha honra pessoal. Minha honra pertence a mim, aos meus parentes, aos meus amigos, aos meus eleitores, aos meus alunos, não aos detratores contumazes da moral alheia. Agradeço comovido as milhares de manifestações recebidas de todo o Estado de Goiás e de todo o Brasil. Não me calarei! Levarei às barras da justiça as ratazanas roedoras que tentam acabar com minha reputação.
Alcides Ribeiro Filho
Deputado Federal.”