Exame de DNA confirma que bebês foram trocados em hospital de Inhumas, diz advogado
13/12/2024
Exame que comprovou troca das crianças foi solicitado pela Polícia Civil. Caso foi descoberto após um exame de DNA realizado durante processo de divórcio de um dos casais. Meninos foram trocados após o nascimento em hospital de Inhumas, Goiás, denunciam pais
Reprodução/Arquivo Pessoal
Um exame de DNA, divulgado nesta setxa-feira (13), confirma que os bebês que nasceram em uma maternidade de Inhumas, na Região Metropolitana de Goiânia, foram trocados. De acordo com a nota emitida pelos advogados das famílias, o resultado apontou que de fato o filho de Isamara Cristina Mendanha e Guilherme Luiz de Souza foi trocado após o nascimento com o filho de Yasmin Kessia da Silva e Cláudio Alves.
"Recepcionamos na data de hoje 13/12/2024, o resultado do Exame de DNA requerido pelo Delegado de Polícia responsável pelo inquérito sobre a troca de Bebes em Inhumas, o resultado foi conclusivo atestando o que se esperava", diz a nota.
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A defesa do Hospital da Mulher, onde as crianças nasceram, informou que não irá se pronunciar até que as investigações sejam concluídas. O g1 solicitou um novo pedido de posicionamento após o resultado do exame, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
O exame que comprovou a troca das crianças foi solicitado pela Polícia Civil, que investiga o caso. Anteriormente, as famílias já haviam solicitado um pedido de exame à Justiça para comprovar o caso.
A polícia informou ainda que novos depoimentos devem ser colhidos nesta sexta-feira. Márcio Rocha, advogado de uma das famílias, acredita que funcionários do hospital devem falar à polícia.
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Guilherme Luiz disse ao programa Encontro que a descoberta da então suposta troca, foi "o pior dia de sua vida". A troca foi descoberta após um exame de DNA realizado durante o processo de divórcio de um dos casais.
"Foi um dia muito triste. O pior dia da minha vida. Ficamos com medo de perder o nosso filho, que a gente criou. Eu e minha esposa dedicamos todo nosso tempo para os nossos filhos. Foi uma sensação de perda, de morte e de luto. Não desejo pra ninguém", disse Guilherme.
Já Yasmin Kessia da Silva e Cláudio Alves, pais do outro bebê, contaram que o momento da descoberta foi de muita dor. “Dor que não consigo descrever", disse Yasmin. Os pais das crianças prestaram depoimentos à polícia na terça-feira (10).
Entenda o caso
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Os bebês nasceram no dia 15 de outubro de 2021, um às 7h35 e o outro às 7h49, conforme relataram as famílias. Os partos foram realizados por equipes médicas distintas. Os pais afirmaram que não puderam acompanhar o nascimento dos filhos devido às restrições impostas durante o período da pandemia de Covid-19.
A troca foi descoberta após um dos casais se separar, pois Cláudio Alves solicitou um exame de DNA para comprovar a paternidade do filho. A ex-mulher, Yasmin Kessia da Silva, de 22 anos, também quis fazer o exame. “Se ele não fosse filho do Cláudio, também não era meu”, disse.
O exame foi realizado no dia 31 de outubro de 2024 e o laboratório pediu uma contraprova, que indicou que a criança não era filha de Yasmin nem de Cláudio
“Eles disseram que o sangue do meu filho não era compatível com o meu. Eu pensei que era um erro. Mas veio a contraprova”, disse Yasmin.
A jovem se lembrou da família que estava no mesmo dia do nascimento do filho e conseguiu contato com eles por meio de um pastor. Após ela entrar em contato e contar o que houve, Isamara Cristina Mendanha, de 26 anos, e Guilherme Luiz de Souza, 27 anos, também fizeram o exame de DNA com o filho, que apresentou resultado incompatível de parentesco.
As famílias ainda não têm a prova de que o filho biológico de Yasmin é o que está com a família de Isamara. Ao g1, Cláudio afirmou que não fizeram a comprovação da paternidade dos pais biológicos porque precisa de autorização judicial. O pedido à Justiça já foi feito, mas até esta quarta-feira (11), nenhum resultado foi divulgado.
As famílias disseram que as mães não tiveram nenhum acompanhamento durante o parto. Elas só se lembram de ver os filhos no quarto, depois que passou o efeito da anestesia. Nenhuma delas se lembra se havia pulseiras de identificação nas crianças, mas uma foto tirada logo após o parto mostra o filho de Yasmin com um bracelete.
A jovem disse que passou mal durante o parto e não se lembra do que aconteceu na sala de recuperação. “Eu acordei e o bebê já estava do meu lado, minha mãe estava dentro do quarto. Eu me lembro de relances”, narrou Yasmin.
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Gilmara Roberto
Já Isamara disse que chegou ao quarto antes do bebê, que foi levado até ela logo em seguida. “Eu levei a primeira roupinha do meu primeiro filho para colocar no segundo. E para mim, veio tudo certo [a roupinha do bebê]”, contou.
O marido de Isamara afirmou que sente que faltou cuidado e respeito com as famílias por parte do hospital, que recebeu a confiança deles. “É um pesadelo. Eu acho que ninguém deveria passar por isso. Esse é um erro que os profissionais da saúde jamais deveriam cometer”, afirmou Guilherme.
Para Yasmin Kessia da Silva, uma troca de bebês é algo difícil de ser feito. “Acredito que não tem como ter uma destroca. Foi muito tempo, muito cuidado, amamentando meu filho, que mama até hoje. O que queremos é a convivência como uma grande família com nossos filhos biológicos”, disse Yasmin
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